Há poucos passageiros. À minha frente senta-se uma mulher com um bebê (muito fofo) no colo.
Enquanto o metrô desliza pelos trilhos e passa pelos subterrâneos da cidade, a criança olha em volta e começa a bater na sacola que uma senhora ao lado (que deve ser a avó) segura. Para tal movimento levanta o braço inteiro, descobrindo a forma de seu corpo mover-se no espaço. Sorri ao ouvir o som que produz, sorri ao ver que sua ação resulta em algo.
Eu também sorrio e dá vontade de rir, aquele riso leve e totalmente alegre com tudo em volta. Que é essa alegria de nós, pequenos seres humanos em um mundo gigantesco, quando nos sentimos sujeitos e capazes de gerar acontecimentos, de ter poder.
Não esse poder megalomaníaco dos imperadores, mas esse poder simples e singelo de se sentir parte ativa de um mundo, de um ambiente.
Algo pelo qual se luta a alguns milênios, o direito a ter esse poder